Projeto Transformar de reeducação para homens envolvidos em violência doméstica já atendeu mais de 250 homens

Publicado em 2 de Abril de 2025 às 17:25

Iniciativa da Unipar busca promover reflexões e mudanças de atitude como medida de enfrentamento à violência contra a mulher

O Projeto Transformar, voltado para a reeducação de homens envolvidos em casos de violência doméstica, já atendeu mais de 250 indivíduos desde 2021, ano de criação do projeto de extensão. A iniciativa busca promover reflexões sobre o comportamento masculino e estimular mudanças de atitude, como uma medida de enfrentamento à violência contra a mulher no âmbito da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/06).

As atividades do projeto foram retomadas no final de fevereiro, com o início do 32º ciclo de encontros. Os participantes são encaminhados por determinação judicial e acompanham reuniões conduzidas pelo curso de Direito da Universidade Paranaense, (Unipar), campus de Francisco Beltrão, em parceria com o Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) e o curso de Psicologia.

Nesta nova etapa, o projeto contou com a participação da Patrulha Maria da Penha e dos acadêmicos do 5º ano do curso de direito, Gabriel Giordani Ramos e Rafaela Camargo Baldissera, além dos responsáveis técnicos Camila Schulze e Renilson da Paz e da egressa Maria Eduarda Zanatta. A presença de acadêmicos e instituições parceiras contribui para o debate e a conscientização sobre a violência de gênero e suas consequências legais e sociais.

Em 2022, o projeto realizou 99 atendimentos. Em 2023, foram 202, e no ano passado, 275. Segundo o coordenador do curso de Direito do campus de Francisco Beltrão, professor Alexandre Magno Augusto Moreira, o Projeto Transformar tem se consolidado como uma ferramenta essencial na prevenção de novas infrações, oferecendo aos participantes uma oportunidade de mudança. “A iniciativa busca não apenas responsabilizar, mas também oferecer oportunidades de transformação e prevenção de novas infrações.”

A juíza da Vara Criminal de Francisco Beltrão, Janaina Monique Zanellato, explica que os encontros promovem um espaço de diálogo reflexivo e reeducador, com abordagem responsabilizante. “O encaminhamento ao programa é uma medida cautelar alternativa à prisão, e o não comparecimento pode resultar em detenção cautelar”. Cabe ao Juízo o encaminhamento dos agentes para participação por meio de cooperação com a instituição de ensino. Como há um número limitado de vagas, a Vara Criminal realiza uma triagem bimestral, priorizando casos em que a prisão não seja a medida mais adequada e que os envolvidos não representem risco aos demais participantes.

Última atualização em 2 de Abril de 2025 às 17:27