Docentes dos cursos da área de tecnologia apresentaram estudos sobre Inteligência Artificial e design aplicado a sistemas IoT
Professores dos cursos da área de tecnologia da Universidade Paranaense (Unipar), Campus Sede em Umuarama, apresentaram pesquisas no Congresso Brasileiro de Informática na Educação (CBIE 2025), realizado entre 24 e 28 de novembro, em Curitiba. Os docentes Cleber de Souza Relli e Eduarda Maganha de Almeida participaram do evento com trabalhos que abordam o uso de Inteligência Artificial (IA) e soluções tecnológicas aplicadas à educação e à inclusão.
O estudo apresentado pelos professores, intitulado “Inteligência Artificial na Educação: Proposta de um Framework para Adoção Ética”, propôs um modelo destinado a orientar instituições brasileiras na implementação responsável de ferramentas de IA. O trabalho está baseado em mapeamento sistemático, análise documental e cinco pilares éticos: privacidade e proteção de dados, transparência, mitigação de vieses, supervisão humana e inclusão e equidade. Na apresentação realizada no CBIE, esses pilares foram detalhados como diretrizes práticas para avaliação de riscos, conformidade legal, justiça algorítmica e promoção da acessibilidade em ambientes educacionais.
O reconhecimento obtido pelos autores resultou em um convite para liderar um Grupo de Trabalho (GT) vinculado à CEIE/SBC, responsável pela elaboração de diretrizes nacionais sobre o uso de Inteligência Artificial na Educação Superior. O GT deverá transformar o framework apresentado em instrumentos oficiais de governança, incluindo modelo de política institucional, protocolo ético, matriz de risco, checklist de conformidade, guia de supervisão humana, orientações a docentes e estudantes e recomendações de auditoria contínua. Esses materiais deverão subsidiar futuras regulamentações nacionais.
Para o professor Cleber Relli, coordenador dos cursos de Tecnologia da Unipar, o desempenho alcançado no CBIE marca um avanço importante para a universidade. Ele destaca que o reconhecimento obtido superou as expectativas. “Foi uma grata surpresa perceber a dimensão que o trabalho alcançou. A Unipar teve papel decisivo nesse processo, ao oferecer subsídios, pesquisa e recursos que possibilitaram o desenvolvimento do artigo e que agora serão fundamentais para a validação do framework”. O professor ressalta ainda o caráter institucional da conquista e o impacto potencial da proposta. “Saber que esse documento pode se tornar a base de uma diretriz nacional nos motiva. Sentimos que estamos contribuindo de maneira efetiva com a educação superior brasileira”.
Relli afirma que a construção das futuras diretrizes demanda integração entre diferentes especialistas. “Nosso grupo de trabalho reúne professores de diversas regiões do país, o que nos permitirá elaborar um material consistente e aplicável, capaz de orientar instituições que buscam regulamentar o uso ético da Inteligência Artificial”.
Além da apresentação do framework, a professora Eduarda Maganha de Almeida participou do Jornadas de Atualização em Informática na Educação, evento integrado ao CBIE. Em coautoria com Flavia Haddad (UTFPR) e Letícia Peres (UFPR), apresentou o capítulo “Do Requisito à Realidade: Desenvolvendo Sistema IoT com Design Socialmente Consciente e Representações Visuais Imersivas”, no dia 24 de novembro. O trabalho propõe um framework composto por três etapas: concepção, modelagem e visualização, com foco em processos inclusivos, comunicação acessível e validação por meio de tecnologias imersivas.