Os exploradores de Cavernas: Turma de Direito simula júri

Publicado em 4 de Julho de 2022 às 08:31

Há 10 anos, o professor Antônio Carlos Brandão oportuniza essa prática para a 1ª série do curso

Júri simulado já faz parte do calendário do curso de Direito da Universidade Paranaense – Unipar. Há mais de dez anos, o professor Antônio Carlos Brandão realiza em Cascavel o júri ‘Os exploradores de cavernas’, com a turma da 1ª série, na matéria de sociologia e sociologia jurídica.

A linha de metodologia criada pelo docente possibilita, já no início da graduação, essa experiência sobre o livro O caso dos exploradores de cavernas. “É um treinamento para oratória, estudo e fichamento; eles atuam como se fosse um júri real, onde tem o ministério público na acusação, tem a defesa, os réus, o corpo de jurados. Este ano temos mais de cem alunos na turma”, conta.

Segundo o professor, é um tema polêmico, que envolve ética, moral, direito, direito positivo e direito natural, e os alunos podem explorar como se fosse uma prática à matéria de introdução ao estudo de Direito.

Na defesa estiveram os acadêmicos Sara Silveira, Lucas Badziak de Lima e Vinícius Santos. Para o grupo, poder articular uma defesa de júri, ainda no 1º ano, gerou reflexão, pensamento crítico, muito estudo e pesquisa. “A atividade nos tirou da zona de conforto. A sensação de estar aqui representando nos permite saber se vamos querer seguir na área penal e defender vidas. E, daqui a cinco anos, vamos rever o quanto erramos nesse júri”.

Os estudantes também avaliam que o caso somou aos estudos: “Fomos atrás de livros, artigos, médicos, profissionais reais para formar a nossa tese e defesa, contribuindo para o nosso conhecimento sobre o caso e o mundo em si”.

Outro ponto destacado foi que o caso coloca a turma frente ao dilema direito natural e direito oposto. “Então, se o direito oposto deriva do direito natural, porque seguir ele tão firmemente, ter aquela linha de corrente garantista ou legalista?”, questionaram. Para o grupo, o desejo não é estritamente seguir a letra da lei, mas operar o direito de forma que obtenha a justiça em si”.

Do outro lado, na acusação, participaram os estudantes Natalia Marchi Fabris, Jéssica Costa Guilherme e Silvio Antônio Primo. Para eles, esse júri é a própria prática de tudo vão aprender nas aulas. “Ter que provar o seu ponto de vista é um desafio, tem que falar bem e saber do que está falando. Comparado com o conhecimento que um júri exige, temos pouco ainda, mas já vamos nos testando, nos colocando na prática. Conforme os anos de ensino, futuramente vamos ligando os pontos e abrindo a nossa cabeça. Estamos aqui para aprender”, concluíram.