Medicina Veterinária: Clínica Escola da Unipar realiza parto distócico e fetotomia em vaca da raça Holandesa

Publicado em 12 de Abril de 2023 às 08:38

Caso obstétrico foi conduzido pelo professor André Giarola Boscarato; o procedimento foi valioso em aprendizado para os alunos

Nesta última semana, foi admitido no setor de Grandes Animais da Clínica Escola Veterinária da Universidade Paranaense – Unipar/Umuarama, uma vaca da raça Holandesa, que se encontrava em trabalho de parto. A paciente foi prontamente atendida pelos médicos veterinários do programa de aprimoramento profissional em Medicina Veterinária da Instituição, acompanhado pelos acadêmicos de graduação e pós-graduação, e com a supervisão do professor Dr. André Giarola Boscarato, especialista em clínica e cirurgia de animais de grande porte, além do professor Dr. Denis Vinícius Bonato, especialista em reprodução bovina.

Após realização de exame clínico geral da parturiente e avaliação obstétrica, foi realizado o diagnóstico de distocia de origem materna, seguida por morte fetal. O feto apresentava estática fetal adequada para o parto normal, porém devido à falha na dilatação do canal do parto, não houve a progressão esperada e o feto entrou em óbito.

Diante do quadro apresentado, a recomendação foi a remoção do feto, que poderia ser realizada via cirurgia cesariana ou através de manobras obstétricas. Por se tratar de um feto já em óbito e devido ao alto risco cirúrgico para a vaca, os professores optaram pelas manobras obstétricas, que consistem no reposicionamento fetal, seguido por tração manual, com auxílio de correntes obstétricas. Foi, ainda, necessária a realização de fetotomia, que consiste na segmentação de algumas partes do corpo do bezerro em óbito, utilizando instrumental específico, e facilitando a sua remoção do canal do parto sem maiores prejuízos à vaca.

Após o procedimento, a vaca – que pertence ao rebanho da própria Instituição - recebeu todos os cuidados da equipe clínica, que consistiu na reidratação com fluidoterapia via oral, além do uso de analgésicos, antinflamatórios e antibióticos, devido ao alto risco de infecção uterina e sistêmica.

Segundo explicaram os professores responsáveis, este tipo de situação é relativamente frequente na rotina de atendimento obstétrico em ruminantes, especialmente os bovinos. Estima-se que cerca de 3% dos partos ocorridos em fêmeas bovinas apresentam algum tipo de dificuldade.

“Caso o bezerro ainda estivesse vivo, a cirurgia cesariana seria a abordagem de primeira escolha. Como não foi o observado neste caso, optou-se pela abordagem que apresentava maior segurança para a vaca, que se recupera de forma satisfatória”, concluiu o Dr. André.