Da graduação à docência: Cíntia Araújo escolheu transformar vidas onde tudo começou

Publicado em 15 de Outubro de 2025 às 15:03

Em homenagem ao Dia do Professor, a Universidade Paranaense (Unipar) celebra histórias que traduzem o sentido maior da docência: inspirar, transformar e seguir aprendendo todos os dias. Entre essas trajetórias está a da professora Cíntia de Souza Alferes Araújo, docente da pós-graduação em Odontologia do campus-sede de Umuarama, que há mais de duas décadas dedica sua vida à educação, no mesmo lugar onde tudo começou.

Formada em Odontologia pela Unipar, Cíntia construiu um percurso acadêmico que reflete o compromisso com o ensino e a constante busca pelo conhecimento. É mestre em Estomatopatologia pela FOP/Unicamp e doutora em Biologia Oral pela USC/Bauru. Também é especialista em Docência do Ensino Superior pela Unipar, especialista em Periodontia pela ABO/Ponta Grossa e especialista em Implantodontia pela Unipar.

Sua história com a universidade começou há mais de vinte anos. Cíntia colou grau no dia 23 de fevereiro de 1999 e, poucos dias depois, em 1º de março do mesmo ano, retornou à instituição, agora como professora. “Foi uma transição muito simbólica. Eu ainda lembrava das aulas, dos mestres, das dúvidas, e de repente estava ali, do outro lado, pronta para ensinar, ou melhor, para continuar aprendendo junto com meus alunos”, recorda.

O caminho até a docência foi natural, quase orgânico. “Na época, não havia concurso ou edital. Os coordenadores acompanhavam de perto o desempenho e o comprometimento dos alunos durante a graduação. Eu fui monitora de várias disciplinas e acredito que isso abriu portas”, relembra. O convite surgiu do reconhecimento de sua dedicação e da afinidade com o ensino. “Começamos como professores auxiliares, aprendendo com docentes mais experientes. Foi um período de muita partilha e construção coletiva, que me ensinou o verdadeiro sentido de ser professora”.

Ao falar sobre o que representa o magistério, Cíntia não hesita. “Ser professora é muito mais do que ensinar conteúdos, é tocar vidas. É olhar para cada aluno e enxergar não apenas o que ele é hoje, mas o potencial do que ele pode se tornar”.

Para ela, a docência é feita de pequenos gestos e grandes significados. “É se emocionar com as conquistas, acreditar mesmo quando o aluno duvida de si e aprender todos os dias, porque cada turma traz novas lições sobre empatia, paciência, coragem e propósito”.

Estar na mesma universidade onde estudou é, segundo ela, uma experiência profundamente simbólica. “Cada corredor, cada sala de aula, cada rosto novo me remetem à minha própria história. É como reviver o sonho que um dia começou ali, agora ajudando a formar outros sonhos”, diz. E completa: “Sinto uma mistura de gratidão e responsabilidade. Gratidão por ter sido formada por essa instituição e responsabilidade por continuar o legado de excelência e humanidade que recebi dos meus professores”.

Ao longo dos anos, muitos momentos marcaram sua trajetória. As colações de grau, para ela, são sempre especiais. “É o instante em que vemos o fruto do nosso trabalho sendo colhido, quando todo o esforço e dedicação se transformam em conquistas reais”, comenta. Mas são as histórias pessoais que mais a tocam. “Ver ex-alunos brilhando no mercado, superando desafios, criando suas próprias trajetórias, é algo que renova meu propósito. E talvez o que mais emocione seja acompanhar aqueles que duvidavam de si mesmos, mas venceram barreiras e hoje se destacam. São esses momentos que me lembram todos os dias por que escolhi ser professora”.

Cíntia também fala sobre as inspirações que mantêm viva sua paixão pela docência. “Elas vêm dos reencontros com ex-alunos, dos agradecimentos inesperados, dos sorrisos sinceros. Ensinar é, para mim, um ato de amor e esperança. Acredito que a educação é o caminho mais bonito para transformar realidades”.