CPA oferece atendimentos gratuitos e se consolida como espaço essencial para o aprendizado prático dos estudantes e para a promoção da saúde mental na região
O Centro de Psicologia Aplicada (CPA) da Universidade Paranaense (Unipar), campus de Francisco Beltrão, tem se consolidado como espaço estratégico para a formação dos estudantes de Psicologia e para a oferta de serviços acessíveis à comunidade. Atuando como serviço-escola, o CPA integra atividades de ensino, pesquisa e extensão, permitindo que os acadêmicos desenvolvam competências práticas a partir das demandas reais da população.
De acordo com a coordenadora do curso de Psicologia, professora Taise Signorini, o serviço recebe solicitações diversificadas, que revelam distintas realidades sociais. “Atendemos condições relacionadas a transtornos mentais diagnosticados, como ansiedade e depressão, situações de violência e violação de direitos, além de queixas escolares envolvendo crianças até 8 anos e outros casos de vulnerabilidade social”, destaca.
Os encaminhamentos chegam por meio de uma ampla rede de instituições, entre elas Casa de Passagem Municipal, ONGs, Família Acolhedora, Instituto Abraço, Associação Beltronense de Futsal, CAPS, unidades de saúde, CRAS, CREAS, Hospital Intermunicipal, UPA, CIMADD, NUMAPE, Diálogos LBGTrans, Centro de Convivência do Idoso e escolas da rede pública.
A professora Taise ressalta que o CPA desempenha papel fundamental na formação profissional. “O serviço-escola possibilita a vivência concreta dos conhecimentos teóricos adquiridos ao longo da graduação, por meio de estágios supervisionados, pesquisas e projetos de extensão”, afirma. Nesse contexto, os estudantes desenvolvem habilidades de escuta, avaliação e intervenção psicológica, além de competências técnicas e científicas necessárias para o exercício profissional.
O serviço também promove oficinas, palestras e ações em parceria com escolas, unidades de saúde e organizações sociais, ampliando o alcance das atividades e reforçando o compromisso institucional com a promoção da saúde mental e com o fortalecimento dos vínculos comunitários.
A prática supervisionada no CPA permite que os acadêmicos aprimorem competências essenciais, como condução de entrevistas, observação, análise de dados psicológicos e elaboração de intervenções fundamentadas teoricamente. “Além do domínio técnico, os estudantes aprendem a compreender os sujeitos em seu contexto social, cultural e histórico”, acrescenta Taise.
O espaço físico destinado ao CPA é outro ponto relevante para a qualidade das atividades, ao garantir ambiente adequado, seguro e supervisionado. Os atendimentos são gratuitos ou oferecidos a valores acessíveis, priorizando pessoas de baixa renda. O público predominante é infantojuvenil, frequentemente encaminhado por escolas e serviços da rede de proteção; já a demanda de idosos é menor. Os atendimentos têm duração de até um ano, com possibilidade de prorrogação conforme avaliação dos orientadores.
Casos de maior complexidade são encaminhados para os serviços públicos competentes. Segundo a coordenação, o CPA tem se destacado como um dos serviços mais resolutivos da rede local, contribuindo para a redução das desigualdades e para a ampliação do acesso aos cuidados em saúde mental.
A coordenadora enfatiza que o impacto do CPA é direto tanto para a formação quanto para a comunidade. “A ampliação dos atendimentos tem garantido acesso a serviços de qualidade para pessoas que muitas vezes não conseguem atendimento pela rede pública. Isso reforça o compromisso social da universidade”, afirma.
Para os estudantes, a experiência é considerada decisiva. O acadêmico Manoel dos Santos Neto, do 8º período, destaca que o CPA representa uma oportunidade singular de aprendizado, ao integrar teoria e prática e estimular postura ética e sensível às singularidades dos atendidos.
Com o aumento do número de estudantes no curso, a instituição avalia a necessidade de ampliar a infraestrutura física do CPA, reorganizando consultórios, salas de orientação, recepção e arquivo, além do reforço da equipe técnica para dar suporte ao crescimento das atividades. Segundo a professora Taise, tais melhorias permitirão “elevar ainda mais a qualidade e a resolutividade dos atendimentos ofertados à comunidade”.
Última atualização em 21 de Novembro de 2025 às 16:07